Saquê, a deliciosa bebida de arroz
Conhecido no Brasil como “cachaça japonesa”, o saquê ganhou o coração dos brasileiros, tornando-se uma das bebidas alcoólicas favoritas em solo nacional
“Uma caipirinha de saquê, por favor!”. Esse pedido é cada vez mais frequente no Brasil, com os bares nacionais se preocupando em trazer essa opção para complementar o cardápio. Conhecido como “cachaça japonesa” em terras brasileiras, o saquê conquistou fãs ao redor do país por sua versatilidade e suas diversas opções – que vão dos mais refrescantes e frutados aos mais encorpados e expressivos.
No Japão, é comum que as pessoas o consumam junto com aperitivos, e tudo que é intitulado “saquê” se refere a todos os tipos de bebida alcoólica. No entanto, ao redor do mundo, a palavra dá nome à tradicional bebida japonesa e, após sua crescente popularização nas últimas décadas, passou a ser um acompanhamento das principais refeições, harmonizando com diferentes receitas.
Não existe uma hora certa ou errada para consumir as diversas opções dessa bebida, que tem o arroz como a sua base principal. A partir dos seus aromas e sabores, a versatilidade do saquê, inclusive, facilita as múltiplas possibilidades de consumo e preferências, incluindo combinações exclusivas para os drinks.
Como é a produção da “cachaça japonesa”?
Apesar de existirem diversos tipos de arroz destinados à produção do saquê, o mais comum e de maior qualidade é o Yamadanishiki. Contudo, existem variadas opções, como o Omashi, Miyama Nishiki e Gohyakumangoku. Normalmente, as fábricas, tradicionalmente conhecidas como Sakaguras, são as responsáveis pelas escolhas e processos de desenvolvimento da bebida.
Para chegar ao resultado ideal, o arroz (lavado e cozido no vapor) deve ser combinado à água, ao fermento e ao Koji – uma mistura de microrganismos utilizados para converter o amido do arroz em açúcar. O último elemento ajuda, também, nos aromas e sabores que trarão as singularidades às diferentes opções.
Em sequência, o saquê passa por um processo de fermentação – feito em um tanque chamado shikomi. Essa fase pode durar mais de 30 dias e, ao final dela, a mistura é prensada e filtrada, seguindo para a etapa de pasteurização. A partir daí, descansa por seis meses. Antes de ser embalado, porém, pode ser novamente misturado com água, visando uma redução do grau alcoólico e, em geral, é pasteurizado mais uma vez até chegar à forma que conhecemos.
Dentre as categorias, estabelecidas também pelo modo como o grão de arroz é selecionado e trabalhado, o Junmai é um dos tipos mais conhecidos por ser considerado “puro”, sendo bastante encorpado e expressivo. Já o Honjozo segue o mesmo tratamento nobre, embora mesclado, moderadamente, com álcool etílico destilado ao final da sua preparação, suavizando seu sabor.
Destaque em paladar, o Ginjo recebe grãos polidos até atingirem 60% do tamanho original e, desse modo, 40% da sua capa com concentração de proteína é retirada. Esse tipo é feito a partir de um logo processo de fermentação, que resulta em um rótulo premium. Reconhecido, também, por seu processo com grãos de qualidade, o Daiginjo conta com produções artesanais e diferenciadas.
As possibilidades (quase infinitas) de combinações dos grãos de arroz permitem as múltiplas variações de aromas e sabores, mas sem perder a qualidade e a essência que tornam essa bebida tão querida ao redor do mundo.
O saquê e o shochu podem causar confusão na hora do consumo de drinks orientais. Enquanto o primeiro permite um paladar doce e frutado, sendo complementar a uma variedade de alimentos, o segundo garante a predominância do sabor do álcool. Apesar de serem muito confundidos pelos fãs e apreciadores dos diversos drinks, ambos são diferentes desde o processo de produção até o teor alcoólico, que é sua principal diferença.
Como escolher o saquê?
As diferentes ocasiões e pratos pedem, portanto, diferentes tipos de saquê, e vale lembrar que até mesmo a temperatura da bebida pode influenciar na hora do consumo. Por sua variedade, existem muitos tipos e, por isso, descrevemos algumas características e combinações possíveis.
Menos complexo em sabores e aroma, o saquê “comum” é incolor e possui um sabor neutro e final seco. Ele passa a sensação de mais alcoólico e também é ideal para as misturas com frutas cítricas – como as “caipirinhas de saquê” -, além de ser apropriado para a culinária, sendo um substituto do vinho em uma série de receitas.
O “soft” tem um sabor mais suave e discreto com propriedades frutadas ao paladar. Apesar de combinar muito bem com drinks leves devido ao menor teor alcoólico, que destaca a fruta, também vai muito bem para consumo puro.
Para quem quer se sentir o mais próximo da experiência oriental, o “dourado” é a escolha ideal com seu aroma fresco e frutado, além de um sabor suave e acidez equilibrada. Considerado um produto de alta qualidade e muito apreciado no Japão, também pode ser consumido puro ou como parte de um drink mais elaborado.
Há, também, o “nama”, um tipo frutado e cítrico, que passa por uma pasteurização menor se comparada aos outros saquês. Por isso, inclusive, são conhecidos como “saquês crus”. Essa categoria necessita de atenção especial, visto que é considerada volátil. Portanto, deve ser refrigerada e consumida em dias quentes.
Ingredientes
•75ml de saquê Azuma Kirin Soft ou Dourado
•25ml de suco de limão-taiti
•25 ml de xarope de gengibre Monin
•1 fatia de pepino
•10 folhas de hortelã
•Espuma de gengibre
•1 ramo de hortelã para finalizar
Modo de preparo
Em uma coqueteleira, macere o pepino, a hortelã e o xarope de gengibre. Em seguida, coloque os demais ingredientes com bastante gelo e bata bem. Coe e sirva em um copo com gelo. Finalize com espuma de gengibre e um ramo de hortelã.