A história do Moscow Mule, famoso drink na canequinha

 A história do Moscow Mule, famoso drink na canequinha

Drink delicioso e com muita história, o Moscow Mule é um clássico que segue ganhando o coração dos brasileiros

Conquistando cada vez mais espaço no coração dos brasileiros, o Moscow Mule é o clássico drink na canequinha — normalmente, de cobre — que leva vodka, suco de limão e, aqui no Brasil, espuma à base de gengibre graças ao bartender Marcelo Serrano. Apesar do nome, a bebida não é uma invenção da Rússia e apresenta uma história fantástica, além de muitas curiosidades acerca da sua origem.

Inclusive, vale lembrar que o Moscow Mule mais conhecido no Brasil, com essa deliciosa espuma no topo da caneca, que deixa o gostinho de gengibre, é tipicamente brasileiro. Originalmente, o drink é feito com cerveja de gengibre, produto incomum no território nacional e, por essa razão, Serrano criou uma adaptação para esse ingrediente. Assim, a versão que ficou famosa por aqui é a proposta pelo bartender.

Uma história interessante

Muitas pessoas pensam que Moscow Mule é uma bebida russa por conta do seu nome, visto que a capital da Rússia é Moscou. No entanto, não há essa relação, e o drink foi, na verdade, criado em Los Angeles, nos Estados Unidos, no período da Guerra Fria. E tudo aconteceu devido a uma jogada de marketing grandiosa de John Martin, Jack Morgan e Sophie Berezinski.

A história do drink começou com esses três empreendedores, que buscavam alternativas para seus produtos parados na prateleira: John Martin estava com problemas com seu estoque de Smirnoff; Jack Morgan não sabia o que fazer com tanta ginger beer (cerveja de gengibre); e Sophie Berezinski precisava dar um jeito em suas canecas russas de cobre, que eram de seu pai.

Mule Mule Muleria/ foto Leo Feltran_Feltran

Em 1939, Martin comprou os direitos sobre a venda da tradicional vodka russa, Smirnoff, para o território estadunidense. Mas, devido ao cenário de Guerra Fria e aos conflitos entre Estados Unidos e Rússia, a bebida não foi bem recebida pelo público, o que resultou em um estoque enorme parado em sua distribuidora.

Enquanto isso, Jack Morgan, que era amigo de Martin e proprietário de um bar em Hollywood, havia desenvolvido sua própria cerveja de gengibre, que igualmente não foi uma opção bem aceita pelo público. Consequentemente, ele se viu frente a uma gama de barris parados com muita cerveja guardada.

Completando o trio de inventores do Moscow Mule, Sophie Berezinski encarava uma realidade semelhante. Herdeira de uma fábrica russa de canecas de cobre, a empreendedora era a responsável pelo design da marca da sua família. Contudo, seus produtos não estavam tendo saída no seu país natal, o que a levou para os EUA – mas sua ideia de potencializar as vendas não funcionou.

Com isso, Berezinski se viu com um grande problema: havia 2 mil unidades de canecas ocupando sua casa, e seu marido, que não gostava da situação, alegava que jogaria o estoque fora caso ela não vendesse. Para encontrar uma solução, ela saiu pela cidade de Los Angeles em busca de clientes. O destino a levou para o pub de Morgan, onde ele e seu amigo Martin estavam atrás de uma saída para vender destilados e cervejas de gengibre.

Juntos, em 1941, os três desenvolveram o Moscow Mule após alcançarem um resultado satisfatório a partir da mistura da vodka, da cerveja de gengibre e das canecas de cobre que, além de darem elegância ao drink, mantinham-no em uma temperatura ideal. O nome da bebida foi escolhido devido à arte na caneca – uma mula dando um coice – e em homenagem à Rússia, que é o país de origem do copo e da Smirnoff.

O Moscow Mule e a Polaroid

O trio não apenas desenvolveu a bebida, como Martin também teve uma ideia brilhante para divulgar ainda mais o drink. Em 1947, as câmeras Polaroid (modelo mais avançado) foram lançadas, e, mesmo que o Moscow Mule já estivesse disponível em cardápios de diversos bares, o empreendedor se utilizou da tecnologia da época para convencer mais empreendimentos a aderirem o drink.

Com uma câmera polaroid, o empreendedor ia aos bares e ensinava os bartenders a fazer um Moscow Mule. Em seguida, fotografava o barman com uma caneca de Moscow Mule e uma garrafa de Smirnoff. Assim, usava as fotos para apresentar o produto a mais empreendedores e bares, visando aumentar o sucesso do drink. E, sem dúvidas, deu certo.

Pudim mule, da mule mule muleria
Moscow Mule no Brasil

Independente da origem, a receita original do Moscow Mule é composta por 45 ml de Vodka Smirnoff, 120 ml de Ginger Beer (cerveja de gengibre) e 10ml de suco de limão fresco. A mistura é servida em uma caneca de cobre para manter a bebida gelada por mais tempo.

Com seus mais de 80 anos de história, o drink chegou a diferentes lugares do mundo e, claro, tomou diversas formas e ganhou muitas adaptações. No Brasil, onde a bebida é muito conhecida como “o drink da canequinha”, ela é servida, geralmente, com base na versão da espuma criada pelo Marcelo Serrano para suprir a falta de cerveja de gengibre.

Vale lembrar ainda que, no Brasil, a vodka, normalmente, não é a tradicional russa. No país, grande parte da bebida tem procedência nacional, estadunidense, francesa, sueca, polonesa e, por vezes, russa.

Mulerias no Brasil

Com um cardápio com diversas opções criativas de Moscow Mule, o Mule Mule Muleria (@mulemulemuleria), primeiro bar paulistano especializado no drink da canequinha, é um lugar incrível para se aprofundar mais nas possibilidades desse delicioso drink. Já a Only Mule Muleria (@onlymule_savassi), na capital mineira, é especializada em drinks deliciosos e exclusivos, com novas receitas de Moscow Mule e Gin Tônica.

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