Sono é saúde
Dormir bem é uma prática essencial na rotina e promove uma série de benefícios à saúde física e mental
Embora dormir seja um assunto discutido com certa frequência no dia a dia, é sempre necessário reforçar a quantidade de benefícios de uma boa noite de sono para manter o corpo saudável. O ato de dormir é imprescindível para o restabelecimento (e reorganização) do organismo.
Ao longo de uma boa noite de sono, o corpo vai organizar as funções físicas e cognitivas, isto é, a noite de sono é responsável por diversas funções do corpo, além de ser um ato de autoacalento e cuidado para com as estruturas físicas. “O sono é essencial para a saúde do nosso corpo, principalmente o cérebro”, fala o neurologista Dr. Felipe Oliveira de Faria.
O médico explica: “O sono é um processo fisiológico em que determinadas áreas do cérebro reduzem sua atividade elétrica, o que é importante para manutenção de sinapses (comunicação entre os neurônios), consolidação de memória, produção de hormônios, regulação do ritmo circadiano (noite e dia), redução do tônus muscular corporal, promovendo relaxamento e restauração celular, redução da pressão arterial e melhora do metabolismo celular”.
Quais são os benefícios de uma boa noite de sono?
São muitos os benefícios de uma boa noite de sono, como redução do estresse, controle do apetite, melhora do humor, da memória e do raciocínio, rejuvenescimento da pele, auxílio do sistema imunológico, entre outros.
O Dr. Felipe Oliveira de Faria reforça: “O sono é tão fundamental quanto estarmos acordados. Ele faz parte da nossa vida e deve ser priorizado em nossa saúde. Quando não temos um sono reparador, podemos desenvolver uma série de sintomas e até doenças, como transtornos de humor, ansiedade, entre outros. Portanto, dormir bem faz parte de bons hábitos de vida”.
“[…] Tem se provado que o sono reparador ajuda na prevenção de doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer e Doença de Parkinson, bem como doenças cerebrais e cardiovasculares, como AVC (Acidente Vascular Cerebral) e infarto do miocárdio”, completa.
E quais são os problemas da falta de sono?
Cada vez mais, falar sobre a importância do sono é essencial. Isso porque, segundo a Associação Brasileira do Sono, um em cada três brasileiros sofre com insônia. Esse distúrbio é caracterizado pela dificuldade de começar a dormir, manter-se dormindo ou acordar com pouco tempo de sono. Os fatores psicofisiológicos, como preocupações e estresse, são a principal causa desse transtorno, que precisa ser tratado para não afetar a saúde física e mental dos indivíduos.
“A pessoa que não dorme adequadamente poderá desenvolver inúmeros sintomas, como dor de cabeça, perda de foco e atenção nas atividades e trabalho, ansiedade, compulsão alimentar ou vícios como cigarro, álcool e medicamentos sedativos e terá maior risco de desenvolver doenças como hipertensão arterial, AVC e doenças neurodegenerativas como a Doença de Alzheimer”, fala o médico.
O neurologista enfatiza: “Para os insones, recomendamos as práticas de higiene do sono e, se não resolver, buscar atendimento médico com neurologista para diagnóstico e tratamento especifico”.
Há horário certo para dormir? Quantas horas são necessárias?
O neurologista explica que “naturalmente, o ser humano foi feito para ficar acordado durante o dia e dormir à noite”. “A luz do dia incide sobre a retina dos olhos e ativa uma região do cérebro chamada hipotálamo, que participa da regulação do sono e vigília, juntamente com a glândula Pineal que secreta a Melatonina durante a noite e também está envolvida no processo do sono. Portanto, o melhor horário para dormir é durante o período noturno, do pôr do sol ao amanhecer”.
Sobre a quantidade de horas de sono, o médico comenta que, em geral, adultos precisam de 7 a 8 horas por dia, enquanto idosos precisam de 6 horas e crianças, 8 a 14 horas. “Esses números são uma média populacional, portanto, a necessidade diária de sono é subjetiva e pode variar entre as pessoas”, ressalta.
Além disso, ele ainda deixa o alerta: “Melhor do que se ater ao número [de horas dormidas], é sentir como você está acordando. Se acorda com dificuldade e vontade de continuar dormindo, significa que dormiu pouco”.
Ronco é sinônimo de dormir mal?
Vale lembrar que roncar não é sinônimo de dormir mal, mas pode interferir em uma boa noite de sono. O Dr. Felipe Oliveira de Faria explica: “É um sinal de que o ar está passando com dificuldade pelas vias aéreas; é um ruído que indica fluxo turbulento do ar. E isto pode ou não interferir na qualidade do sono. O exame de polissonografia pode ajudar a avaliar o índice desse ronco, se há dessaturação de oxigênio e se há apneia durante a noite”.
O Dr. Felipe Oliveira de Faria lembra hábitos essenciais para uma boa noite de sono. “Existe um conjunto de práticas importantes para se ter uma saúde do sono, as quais chamamos de medidas de higiene do sono”, alerta. Segundo o médico, algumas delas são:
• Reservar um tempo para dormir, além de planejar o horário de estar na cama e o horário de acordar para dormir, em média de 7 a 8 horas a noite;
• Cuidar do ambiente em que dorme: quarto, cama, colchão e o travesseiro; em silencio e escuro ou com pouca luz;
• Dormir e acordar no mesmo horário todos os dias, inclusive nos dias de folga ou férias;
• Evitar atividades estimulantes antes de dormir, como uso de eletrônicos (celular, TV, computador, etc), atividade física, refeição vigorosa ou jejum – todos esses podem inibir o seu sono;
• “Esvaziar a mente!” Anotar lembretes, atividades, compromissos ou ideias para fazer no dia seguinte em um pedaço de papel antes de dormir.
• Se necessário, leia um livro, tome um chá de Camomila / Erva doce, use óleos essenciais, tome banho quente e coloque músicas calmas para ajudar a “desacelerar” a mente.
