Música nas telonas

 Música nas telonas

Não é novidade como as cinebiografias musicais atraem os olhos dos espectadores há décadas. No entanto, a grandiosidade de “Bohemian Rhapsody” (2018), que narra a história de uma das maiores bandas de todos os tempos, o Queen, fez com que esse gênero cinematográfico ganhasse ainda mais notoriedade nos últimos anos e, consequentemente, uma nova leva de filmes.

O longa-metragem sobre a banda liderada por Freddie Mercury trouxe o Oscar de Melhor Ator para Rami Malek, responsável por dar vida ao icônico vocalista. Além disso, arrecadou mais de US$ 910 milhões nas bilheterias mundiais, conquistando o topo do pódio de maior bilheteria de uma biografia musical, desbancando “Straight Outta Compton” (2015), filme sobre o grupo de rap N.W.A, atual segundo lugar.

De modo atrativo e interessante, a indústria cinematográfica consegue transformar a expressão artística – nesse caso, a música – como uma matéria de ficção vendável. Assim, ao longo da história, as personalidades públicas são reimaginadas a partir de uma narrativa que flerta com a ficção, reformulando algumas propostas para dar um tom mais místico e apelativo ao longa-metragem.

Minha fama de Mau
Apelo à nostalgia e ao fanatismo

Por se apoiar em vários feixes da realidade, a cinebiografia pode ser entendida, também, como um cine-retrato de ficção baseado em fatos reais. Diferentemente de biografias e documentários, esse formato de filme aposta em nuances poéticas, mesclando o real, o drama biográfico, a ficção dramática, as características documentais e a investigação jornalística.

Devido ao formato combinado de cinema e biografia, o gênero resulta em uma produção que informa e entretém. Ao relatar uma história cultural, vai além e consegue a atenção do público pela relação pessoal dos fãs e ouvintes com os artistas, e constrói uma representação memorável para as próximas gerações acerca da trajetória de grandes músicos.

Para manter o tom poético, portanto, os filmes de cinebiografia recorrem à nostalgia e ao fanatismo, pontuando momentos importantes para os fãs e abordando histórias nem sempre tão discutidas na mídia, adentrando em um universo do artista não visto ou desdobrado de modo mais complexo e aprofundado. Assim, ganham peculiaridades que dialogam diretamente com o público. 

Elvis
Cinebiografias para assistir

Elvis (2022): Dirigida por Baz Luhrmann e lançada no dia 14 de julho nos cinemas brasileiros, “Elvis” é a cinebiografia do artista, estrelada por Austin Butler. O filme acompanha a ascensão de Elvis Presley à fama ao desdobrar o relacionamento do cantor com o empresário “Colonel” Tom Parker (Tom Hanks).

Ao explorar a dinâmica entre o músico e o empresário, o longa-metragem viaja pelos 20 anos de parceria, mostrando a jornada e carreira, incluindo o encontro do Rei do Rock com sua paixão e inspiração, Priscilla Presley (Olivia DeJonge). Por ser uma produção da Warner Bros., após a estreia nos cinemas, o filme deve passar a integrar o catálogo do streaming da HBO Max.

Rocketman (2019): Cinebiografia recente, lançada em 2019 e igualmente querida pelos telespectadores, “Rocketman” se aprofunda na vida e carreira do grandioso Elton John, vivido por Taron Egerton nas telonas. Com direção de Dexter Fletcher, o longa-metragem aborda a trajetória do cantor desde a sua infância, quando era chamado Reginald Dwight, até seu auge do sucesso na década de 1970.

Rocketman

Além de Egerton, o elenco traz Richard Madden, Bryce Dallas Howard, Jamie Bell e Kit Connor. É possível assistir ao filme em diversos canais, como Star+, Amazon Prime Video, Youtube, Google Play e Apple TV.

Johnny & June (2005): Uma das maiores biografias de todos os tempos, “Johnny & June” narra a história da ascensão de uma das maiores referências da música e da cena country, Johnny Cash, interpretado por Joaquin Phoenix – ator que ganhou atenção do público após sua performance em “Coringa” (2019).

James Mangold é o responsável pela direção do filme, que traz detalhes da trajetória de Cash até chegar à fama, detalhando a convivência do músico com o descaso do pai durante a sua infância, além de apresentar a história em que o artista conheceu o amor de sua vida em uma turnê, a cantora June Carter (Reese Witherspoon). É possível assistir ao filme no Star+.

Johnny & June

Tina: A Verdadeira História de Tina Turner (1993): Com direção de Brian Gibson, é uma cinebiografia de 1993 que busca detalhar a história e carreira de uma das vozes mais inesquecíveis de todos os tempos, a da cantora Tina Turner, vivida por Angela Bassett. O filme também explora a narrativa do casamento conturbado da artista com Ike Turner (Laurence Fishburne), o mentor. O longa-metragem está disponível no Star+.

Minha Fama de Mau (2019): Nos anos 1960, o fã de rock Erasmo Carlos (Chay Suede) vive sua juventude enquanto explora seu lado artístico em um bairro carioca da Tijuca. Além de aprender a tocar violão para alcançar seus sonhos, faz bicos e “pequenas delinquências”, como descreve a sinopse de “Minha Fama de Mau”.

A “fama de roqueiro” de Erasmo chama atenção de Roberto Carlos, vivido por Gabriel Leone. Juntos, tornam-se parceiros e amigos, com direito ao programa de televisão “Jovem Guarda”, em que são protagonistas ao lado de Wanderléa (Malu Rodrigues). O filme está disponível no Globoplay, Apple TV, YouTube e Google Play.

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