“Mil vezes amor” entretém com romance leve e divertido [RESENHA]
Terceiro livro de Lynn Painter, autora de “Melhor do que nos filmes”, “Mil vezes amor” chegou às livrarias brasileiras pela Intrínseca
Após o sucesso de “Melhor do que nos filmes” no Brasil, a Intrínseca lançou mais um livro da autora Lynn Painter no país: “Mil vezes amor”. A obra, inclusive, foi uma das indicações da seção de Literatura da revista de bordo da Levare.
Seja com “Melhor do que nos filmes” ou com “Amor por engano”, Lynn Painter já havia mostrado que sua fórmula de escrita, que combina uma narrativa simples com premissas clichês, tem tudo para ser um sucesso. E “Mil vezes amor”, seu novo romance adolescente, confirma isso mais uma vez.
Painter não parece querer entregar uma obra complexa e cheia de camadas. Pelo contrário, fica transparecido que o seu objetivo é entreter com muita delicadeza e doses de fofura – que são perfeitas para aquecer o coração dos leitores apaixonados por romances.
“Mil vezes amor” traz premissa interessante
Um pouco diferente das obras anteriores, este título busca um recurso da ficção científica para a base da sua narrativa: o time loop (ou loop temporal). Este elemento é bastante comum no gênero e diz respeito à situação em que um personagem fica ‘preso’ a um determinado período – como algumas horas ou dias -, que se repete várias vezes.
Em “Mil vezes amor”, conhecemos Emilie Hornby, que é uma personagem organizada e bastante metódica. Embora ela acredite plenamente em amor verdadeiro, ela não pensa que precisamos deixar o “destino” fazer por nós; ela mesmo toma a iniciativa, se necessário.
Por isso, planejou o Dia dos Namorados perfeito para o seu namorado Joshua Sutton. Como de costume, organizou sua lista de tarefas do dia e, nela, incluiu um grande passo para o seu relacionamento: dizer “eu te amo” a Josh pela primeira vez.
No entanto, todo o seu dia se torna um completo desastre. Ela perde a bolsa para um curso de verão (que seria excelente para levá-la à universidade, onde ela sonha em se graduar como jornalista), descobre que seu pai vai se mudar de cidade e uma traição de Josh, e bate o carro na caminhonete de Nicholas Stark, seu irritante, sarcástico, implicante parceiro no laboratório de Química.
Emmie decide dormir para esquecer as tragédias que viveu ao longo do dia. Contudo, ao acordar, se vê presa no Dia dos Namorados. E, em meio a esse looping temporal, a protagonista entra em um processo de amadurecimento e autoconhecimento, além de descobrir uma química inegável com Nick.
Leitura indicada para quem ama devorar livros
“Mil vezes amor” é aquele enemies to lovers (“inimigos para amantes”, em tradução livre) que a gente ama! Painter traz a sua escrita fluída e objetiva e, com isso, o livro se torna uma opção muito convidativa aos fãs de romances leves e divertidos. Não à toa, o leitor quer devorar cada capítulo o quanto antes para chegar ao final dessa história.
É fato que o leitor vai encontrar aquele drama esperado de romances adolescentes ao longo dos capítulos, mas nada excessivo. De modo geral, mesmo com a situação do loop temporal, a narrativa se desenvolve sem muitas complicações e tropeços.
Os personagens são divertidos, e as cenas são superfofas. Como é um romance adolescente, porém, a obra não se aprofunda tanto em detalhes que não sejam as vivências momentâneas dos dois protagonistas: Emmie e Nick. Mas isso não é um problema. Afinal, fica evidente que a proposta do livro é apostar no crescimento dos personagens – individualmente e como casal.
Além de ser um livro fácil de ler, a história é delicada – característica presente nos outros livros da autora – e conquista por sua simplicidade. Mais uma vez, Painter cumpre seu objetivo: encantar com o clichê.