Cynthia Luz, a incrível voz do rap nacional
Com milhões de plays nas plataformas streaming, a cantora e compositora Cynthia Luz se destaca como uma das grandes artistas no cenário do rap. Veja a entrevista completa no blog da LEV!
Decidida e inspirada, com essas características Cynthia Luz, cujo nome artístico também é seu nome real, conquistou um lugar de destaque no rap quando saiu de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, para seguir sua carreira musical na capital paulista.
Dona de hits marcantes como “Olhares”, “Deixa ela” e “Sejas bem feliz”, a história da cantora é uma comprovação de sua paixão pela música e da coragem para seguir os seus sonhos.
Em 2017, o rapper Froid a descobriu nas redes sociais e a convidou para colaborar com um projeto que trouxe resultados marcantes em sua carreira. No mesmo ano, Cynthia lançou o seu primeiro álbum de estúdio “Do Caos ao Nirvana”, traduzindo sua evolução como artista. Recentemente, a cantora mostrou seu outro lado musical com o mais recente EP “Afetropia” sob o olhar do produtor uruguaio Cabrera.
Além de seu sucesso em estúdio, Cynthia brilhou nos palcos, ao se apresentar nos festivais The Town (2023) e no Festival Timbre (2023), e agora, ela é uma das atrações principais do Awê Festival, que acontece em Rio Preto, em 16 de dezembro.
Para saber mais sobre a agenda da cantora, basta acompanhar o Instagram oficial: @cyssluz
Em uma entrevista exclusiva à revista de bordo da Levare, Cynthia contou detalhes da sua carreira, seus projetos e sua apresentação no Awê Festival. Confira!
Cynthia, fale um pouco sobre sua relação com São José do Rio Preto, onde você passou parte de sua adolescência e que deve ter sido um lugar importante em sua vida.
Cynthia: São José do Rio Preto é a cidade onde deu início a minha construção no mercado da música. Comecei a cantar em bares. Lá, é um lugar onde há muitas oportunidades para artistas de bares, então é perfeito para quem faz esse tipo de trabalho. Comecei ali, mas fui sentindo que os shows já não eram suficientes, então me mudei para SP, mas enquanto estive por lá foi um momento muito importante na minha formação como cantora, em que pude criar presença de palco, lidar com o público… enfim, Rio Preto trouxe muita força para iniciar minha carreira.
Como a música se tornou parte da sua vida desde a infância, com influências familiares?
Cynthia: Na minha casa sempre existiram diversos instrumentos, então foi uma coisa que convivi desde bebê e me interessei logo de cara, mais do que minhas irmãs. O meu pai sempre tocou de tudo e me ensinava um pouco dali e daqui. Nisso fui me interessando e começando a aprender sozinha, pegando um instrumento e estudando na internet. O interesse em compor surgiu desde pequena também, não tem como explicar… É uma coisa que eu sempre fiz com muito amor, porque acho que a música vai além de ser uma coisa mecânica, é um negócio que a gente coloca em nossa vida.
Teve algum momento específico em que percebeu que a música era a sua paixão e que era isso que você queria seguir como carreira? Como foi essa revelação?
Cynthia: Eu nunca tive um insight. Para mim sempre foi eu mesma, eu sou a Cynthia Luz, é o meu nome real, meu nome artístico, e eu nunca pude lutar contra isso, né? Na verdade, ficava ali tentando ter as minhas garantias, achando que eu não ia conseguir me manter financeiramente. Comecei a fazer faculdade e parei, e aí comecei um outro curso e parei também. Então, eu sempre soube que cantar era o que eu queria fazer, mas o trajeto não é fácil. A gente tem que ir pelas beiradas, ir fazendo o dinheiro da forma que dá. Esses dias, o meu pai virou para mim e falou “filha, você sempre foi artista”, e é exatamente isso, sabe? Vejo pela minha filha hoje também, ela não tem dois anos ainda e já ama palco, gosta de fazer apresentações, gosta de ter a atenção de todos, então vejo que essa é uma vontade que nasce com você.
Quais os maiores desafios que você enfrentou ao se mudar para a capital paulista aos 21 anos e tentar a vida na sua carreira musical, saindo do interior para a cidade grande?
Cynthia: O meu maior desafio sempre foi dinheiro, porque assim né, o trabalhador comum no nosso país não consegue ganhar grana o suficiente para realizar o sonho dele e pagar as contas. Então, eu trabalhava no shopping e fazia a correria da música durante os momentos que eu não estava trabalhando. O maior desafio era ganhar dinheiro de outras formas, porque eu ainda não estava fazendo dinheiro com a minha arte e, mesmo assim, tinha que me dedicar. As pessoas acham que a vida de artista é boa, mas a gente chora, grita, surta. É um sonho maior que a gente, uma parada que a gente faz porque gosta.
Qual foi o impacto da sua conexão profissional com o rapper Froid?
Cynthia: Froid e eu nos conectamos por meio de uns trabalhos autorais meus. Digo trabalhos autorais porque eram músicas soltas que eu fazia e lançava na internet para a galera ver. Na época, ele estava construindo um projeto acústico que a ideia era trazer alguém que não era conhecido. Nisso, ele foi vendo o meu trabalho e me convidou para compor. E aí quando ficou pronta, mandei a música e ele falou “caralho, ficou incrível, vamos gravar juntos”. A partir disso, fizemos um acústico que foi um divisor de águas tanto na minha carreira quanto na dele. O Froid fala isso em algumas entrevistas, que esse acústico mudou o trajeto da carreira dele, porque fazíamos um trabalho diferente. E, isso abriu portas para outras meninas entrarem na cena de rap. Acredito que o nosso trabalho em si mudou um pouco o contexto da cena atual no momento em que a gente viveu isso, e para mim foi maravilhoso, porque foi uma fase que pude deslanchar, lançar o meu primeiro álbum, compor 60 músicas em um mês. Então a gente começou a trabalhar de uma forma que eu nunca tive oportunidade. Ele veio para ser realmente uma abertura de portas para que eu pudesse fazer tudo o que eu sei fazer hoje.
Como foi produzir e lançar o álbum “Não É Só Isso” em 2020, incluindo a gravação do DVD durante a pandemia?
Cynthia: Foi muito maluco. A gente conseguiu um investimento da nossa distribuidora, então foi um grande trabalho, em que pude estar com artistas que sou muito fã e admiro. O processo de produção foi muito massa. Eu nunca tinha lidado com tantos profissionais, além de ter sido um momento de crescimento profissional por administrar 80 pessoas que estavam presentes em prol do DVD em meio à pandemia. No último dia de gravação, que teve a música em que eu toco piano, tive uma crise de choro e foi um momento em que todo mundo que estava ali me acolheu, porque foi tanta pressão… eu falei “caramba, não acredito que eu consegui realizar esse sonho”. Depois que o álbum saiu, muitos sites de imprensa noticiaram, muitos artistas vieram comentar que curtiram muito o trabalho. Então, acredito que entreguei um trabalho maneiro.
Em abril deste ano, teve o lançamento do seu novo EP “Afetropia”, que apresenta elementos latinos e uma abordagem musical diferente. Como você enxerga esse novo trabalho?
Cynthia: “Afetropia” é um EP que, além da evolução sonora, também tem sido um processo de autodescoberta para mim. Eu já tinha afinidade com algumas coisas, mas não as explorava muito devido ao fato de trabalhar mais no circuito do rap. Portanto, esse EP me deu a oportunidade de explorar outros talentos e perspectivas para a minha carreira.
Cynthia, estamos ansiosos para sua apresentação no Awê Festival que acontece em Rio Preto, dia 16 de dezembro. O que podemos esperar dessa apresentação?
Cynthia: No Awê Festival, vou continuar esse circuito que dei início no festival The Town. É de um show mais completo, totalmente profissionalizado e focado em apresentação coesa, sabe? Enfim, estamos animados para o Awê, até porque vou estar presente num lugar onde vivi muitos anos da minha vida. Com certeza vai ser um dia marcante!
E o que podemos esperar de Cynthia Luz nos próximos anos?
Cynthia: A Cynthia Luz nos próximos anos continuará trabalhando sem parar. Agora mãe e com muitos projetos. A minha intenção é lançar pelo menos dois álbuns por ano, e vai ter muito show lindo, muito videoclipe, muita coisa que envolve esse novo começo. Estamos em um circuito de correria muito grande e é assim que pretendo estar, sempre correndo e trabalhando pelo que amo.
Qual conselho você daria para quem está iniciando uma carreira musical?
Cynthia: Não desista, estude e se esforce sempre, porque música é uma coisa séria que cobra a gente diariamente. Nós somos cobrados pela arte todos os dias, então é uma escolha, uma entrega de alma.