De raquete nas mãos
- Bem-estar
- fevereiro de 2022
Com o número de praticantes em alta e o surgimento de quadras por todos os lados, o beach tennis chegou para ficar
O verão começa e com ele a prática de esportes ao ar livre ganha ainda mais adeptos. E para quem quer conhecer um exercício físico dinâmico e divertido, o beach tennis surge como ótima opção. Mistura de vôlei de praia, tênis de quadra tradicional e frescobol, o beach tennis já existe há alguns anos no Brasil, mas ganhou um “boom” de praticantes nos últimos tempos, com a abertura de centenas de quadras de areia por todo o país. Sim, o tênis de praia é “o esporte do verão”, mas tem tudo para continuar a ser praticado durante todas as estações do ano.
Números da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) indicam um crescimento espantoso no número de tenistas de praia em poucos anos no país. Se em 2016, havia apenas 25 mil praticantes do esporte no Brasil, neste ano, o número de jogadores saltou para 400 mil. Um terço dos adeptos do tênis de praia no mundo está no Brasil, ainda segundo a CBT. Antes fechado a um pequeno grupo, uma comunidade que trabalhava para que o esporte se consolidasse, o beach tennis virou sensação e está definitivamente na moda. Há quadras em clubes, escolinhas e até em bares, e as raquetes e bolinhas são facilmente encontradas nas lojas esportivas.
Da Itália para o Brasil campeão
A história do beach tennis teve início em 1987, nas areias de Ravena, uma província na costa nordeste da Itália. No início, utilizado mais para fins de divertimento e socialização por seus poucos praticantes, o beach tennis ganhou corpo e mais adeptos. A profissionalização chegou em 1996, e desde então, o esporte vem se expandindo, sendo que, atualmente, é jogado em todos os continentes.
Um país tropical no qual a população é apaixonada por praia, areia e esporte, o Brasil também não poderia ficar de fora do tênis de praia. Assim como aconteceu décadas antes com o vôlei de praia, em 2008, o beach tennis aportou pelo Rio de Janeiro, conquistando rapidamente as principais cidades litorâneas brasileiras.
O Brasil é o atual campeão mundial por equipes, com quatro títulos ao todo, os últimos três consecutivos. Na disputa realizada em outubro, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, a equipe brasileira derrotou os italianos na decisão. Nosso país tem, ainda, atualmente no top 10, os atletas André Baran (7º) e Vinícius Font (9º), no masculino, e Rafela Miiller (2ª), Marcela Vita (9ª) e Joana Cortez (10ª), no feminino.
Saque: primeira bola de ataque no ponto, fundamental para que o adversário dificulte a devolução da bola;
Voleio forehand
(direita): um dos golpes mais utilizados para definir o ponto executado, o ideal é deixar a face da raquete sempre virada para a quadra adversária;
Voleio backhand
(esquerda): utilizada para trabalhar o ponto e movimentar o adversário. É necessário deixar a raquete sempre alta e os cotovelos apontados para o chão;
Drop-shot: bola curta, bem próxima à rede;
Lob: bola longa que passa por cima do adversário;
Smash: a famosa cortada, golpe usado para “matar o ponto”.
Mais do que uma moda
Mas esqueça os campeonatos e as medalhas. O beach tennis é um esporte perfeito para quem quer se divertir enquanto faz um esporte. São vários os pontos positivos, como alto gasto calórico, fortalecimento muscular, aumento do foco e da concentração, melhora da agilidade e da coordenação motora, aprimoramento do condicionamento aeróbico e redução do estresse. Ele tem sido muito procurado, inclusive, por aqueles que nunca praticaram esportes.
Proprietária da Arena Rede Beach Tennis, em Ribeirão Preto, Renata Velloso vê um caráter descontraído e “familiar” no esporte, o que tem atraído um grande número de interessados. “Além do mais, a curto prazo, já se consegue participar de jogos com facilidade. Isso motiva e, assim, o beach tennis acaba se tornando um vício”, afirma Renata, que inaugurou o empreendimento em julho deste ano, ao lado da sócia Denise Ubeda.
Renata conheceu o tênis de praia há seis anos, na vizinha Araraquara. “Como já vim do tênis de quadra e amo praia, foi amor à primeira vista”, relembra. Para a atleta e empresária, o beach tennis é bem mais do que uma moda passageira. “Acreditamos que o esporte veio para ficar, pois combina muito com o nosso clima de sol e calor”, afirma Renata.
Quadra: superfície de areia em uma quadra de tamanho de 16 x 5 metros para jogos simples e 16 x 8 para jogos em duplas, dividida por uma rede de 1,70 metro a partir do chão, própria para o beach tennis.
Material: as raquetes são feitas de materiais como grafite e carbono, com no máximo 50 cm de comprimento, 26 cm de largura e 3,8 cm de espessura. Na superfície utilizada para entrar em contato com a bolinha, existem furos feitos para que haja redução da resistência do ar, o que facilita o movimento da batida na bola. Despressurizada (soft), a bolinha é mais macia e lenta em comparação à utilizada no tênis tradicional.
Jogo: as disputas podem ser em duplas ou simples, havendo também nas competições as duplas mistas, compostas por um homem e uma mulher em cada uma. A pontuação é parecida com a do tênis, por games (15/30/40/60), sendo a diferença a inexistência de vantagens. Ao chegar na igualdade em 40, o próximo pontuador ganha o game. Já o número de games é de seis em simples e nove para as duplas em jogos oficiais. E no tie-break, o vencedor é quem fizer sete pontos com diferença de dois. O saque é permitido de qualquer lugar, desde que atrás da linha de fundo.
Encostar a raquete na rede dá o ponto ao rival; é proibido pisar dentro da quadra antes de executar o saque; na hora do saque, não é permitido correr, saltar e sacar.