Alimentação anti-inflamatória: Conheça a tendência gastronômica
- Bem-estar
- outubro de 2022
Tendência gastronômica que ganhou espaço ao longo desse ano, a alimentação anti-inflamatória é uma prática muito relevante para a saúde
Ao longo de 2022, a alimentação anti-inflamatória cresceu significativamente entre os brasileiros, que passaram a optar por opções mais saudáveis de refeições, além de apostarem na ingestão de produtos orgânicos. O avanço foi tão expressivo que essa tendência ganhou espaço dentro da gastronomia, de estabelecimentos comerciais e de restaurantes.
A busca por uma dieta saudável, sobretudo com produtos orgânicos e alimentos anti-inflamatórios, está muito relacionada às mudanças mundiais devido à situação da Covid-19. Quando a doença se tornou uma realidade no Brasil, não havia vacinas ou tratamentos, e a alimentação era a maior aliada para manter a imunidade alta e se prevenir contra a doença.
“Acredito que [o crescimento dessa tendência] tem total a ver com a Covid-19. Notei isso no meu consultório, porque aumentou muito a procura pela nutricionista, não somente para fins estéticos, mas também para o tratamento de patologias de forma geral ou, até mesmo, para a prevenção das patologias”, explica a nutricionista Mariane Ribeiro.
Por conta da Covid-19, muitas pessoas procuraram mudar hábitos para ter uma vida saudável, que não significa apenas comer bem, mas, sim, implementar práticas e evitar alimentos que possam ser prejudiciais à saúde, garantindo alta imunidade e prevenção contra doenças. Ribeiro pontua: “O conceito de alimentação saudável seria uma alimentação rica em alimentos in natura [sem serem processados], evitando os industrializados. É aquela frase ‘descascar mais e desembalar menos’”.
Afinal, o que é a alimentação anti-inflamatória?
É transformador o que uma alimentação anti-inflamatória pode fazer com a saúde das pessoas, visto que ela agrega uma série de benefícios ao corpo. Mais que uma dieta, é um estilo de vida saudável e essencial para a prevenção de muitas doenças.
Conforme Ribeiro conta, esse plano alimentar surgiu da dieta mediterrânea. “A dieta mediterrânea consiste em um foco do aumento de consumo de gorduras saudáveis, não industrializadas, como azeite, nozes, amêndoas, abacate, peixes, entre outros. É uma alimentação bem fresca e ela já tem o consumo de carboidratos com alta carga glicêmica, que é a velocidade com que o nosso corpo absorve esse açúcar ao aumentar o consumo de grãos integrais, ervas frescas e especiarias”, diz.
Entre os muitos benefícios da dieta mediterrânea estão: menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes, prevenção de câncer, principalmente o de esôfago, estômago, ovário e mama, proteção contra aterosclerose e trombose, redução da dor em pessoas com artrite inflamatória, além de ajudar na diminuição natural do peso por ser uma dieta com alto teor de fibras.
Assim como a proposta do plano alimentar mediterrâneo, a alimentação anti-inflamatória é extremamente benéfica à saúde. “Os benefícios de uma dieta anti-inflamatória são justamente a prevenção das doenças crônicas não-transmissíveis, além de ser importante também para a nossa parte estética. E a gente pode e deve fazer essa alimentação todos os dias para a prevenção de doenças crônicas e para o nosso bem-estar físico e mental”, diz.
Vale lembrar que, tal qual existem os alimentos que desinflamam, há ingredientes que inflamam o corpo e devem ser evitados em uma dieta anti-inflamatória. Segundo Mariane Ribeiro, os alimentos industrializados, ricos em carboidratos, refinados, refrigerantes, frutos adoçados, carnes vermelhas, carnes processadas, salgadinho, bebida alcoólica, entre outros, são exemplos de itens que podem causar inflamações.
“A ingestão dos alimentos processados e pouco nutritivos resulta em várias inflamações pelo excesso das toxinas. Elas podem prejudicar nossa saúde de forma geral, ocasionando várias doenças crônicas, como obesidade, hipertensão, colesterol, diabetes, artrites, planos cardíacos, [entre outros]”, argumenta a nutricionista.
A importância da água
Mariane Ribeiro alerta sobre a ingestão de água para ajudar a eliminar as toxinas: “Não adianta aumentar o consumo dos seus vegetais, diminuir o consumo dos alimentos industrializados, priorizar a qualidade de sono, etc., se você não beber água. A água é muito importante na [eliminação das toxinas]”.
“Além de aumentar os consumos de peixe, [ainda é interessante] suplementar com ômega-3 e própolis para ‘dar um up’, há, também, a importância da atividade física [para a] eliminação de toxinas pela transpiração e, claro, para a saúde mental. Não tem como não falar disso”, acrescenta ao comentar sobre as práticas que devem acompanhar uma alimentação anti-inflamatória.
E as vantagens dos produtos orgânicos?
Conforme explica Ribeiro, os produtos orgânicos são os alimentos mais in natura possível, isto é, mais próximos ao seu estado natural. Por isso, são carregados de benefícios e grandes aliados de um plano alimentar saudável, até porque, segundo a nutricionista, “quanto mais natural o alimento é, maior é o poder dele desintoxicar”.
Assim, além de apostar nos alimentos anti-inflamatórios como alho, cebola, iogurte natural, probióticos, entre outros, e aumentar o consumo diário de água, é interessante priorizar os produtos orgânicos; categoria que garante mais benefícios à saúde devido a não utilização de agrotóxicos sintéticos, transgênicos ou fertilizantes.