Panquecas completam o cardápio de café da manhã
Figurinha fácil nos filmes hollywoodianos, as panquecas doces norte-americanas começam a cair no gosto dos brasileiros
A panqueca está nos filmes de Hollywood, nas séries e nos desenhos animados. Degustada naquelas típicas cenas de café da manhã, elas são servidas de maneira empilhada e saboreadas com acompanhamentos como frutas (banana, morango, blueberry), mel, geleias, caldas meladas ou caldas de chocolate. A panqueca doce ao estilo norte-americano – “american pancakes”, em inglês – é um prato característico do desjejum dos cidadãos daquele país há muito tempo e tem ganhado força e popularidade por aqui, estando presente não apenas no cardápio de cafeterias, mas também no dia a dia das famílias brasileiras, inclusive com versões fitness, integrais e veganas.
Preparadas na frigideira (pan) quente com ingredientes como farinha, açúcar e leite, a panqueca é um tipo de bolo (cake) norte-americano, redondo e fininho. Apesar da tradição, a história demonstra que o prato talvez não tenha realmente nascido nos Estados Unidos, mas sim milhares de anos antes da existência do país.
Os antigos gregos e romanos, por exemplo, tinham o hábito de comer a panqueca adoçada com mel. Os “plakous” estão presentes nos escritos do histórico gastrônomo romano Marco Apício, ainda no século I. Responsáveis pela colonização dos Estados Unidos e, consequentemente, por vários hábitos dos norte-americanos, os ingleses comiam os discos fritos de trigo temperados com especiarias, água de rosas, xerez e maçãs desde a Renascença.
Popularização nos Estados Unidos
A receita teria chegado às colônias norte-americanas no fim do século XVIII e era conhecida pelo nome de “johnnycakes”, bolo de enxada em português, e levava, em sua composição, farinha de trigo sarraceno, de milho ou fubá. Um fã da panqueca doce era o presidente Thomas Jefferson, que consumia toda manhã o prato preparado pelo seu cozinheiro francês Etienne Lemaire, que era especialista em sobremesas e chamava receita de panne-quaiques.
Com o passar dos anos, elas se popularizaram, e seu preparo se tornou um hábito matinal da população. “Toppings” (coberturas) como o xarope de bordo, chamado de “maple syrup”, é preparado a partir da seiva das árvores de maple. Essas árvores são típicas da paisagens do Canadá e de algumas regiões norte-americanas, sendo também conhecidas como árvores de bordo-açucareiro. O prato adocicado se tornou um marco cultural norte-americano e, de certa maneira, uma representação do famoso “american way of life” (estilo de vida americano, em português).
Panquecas no Brasil e no mundo
No Brasil e na América Latina, a panqueca salgada é a mais comum. Ela é degustada não no café da manhã, mas como prato principal do almoço e jantar, servida enrolada e recheada com carnes (bovina e frango) ou queijos.
Mas nosso país tem suas versões doces da panqueca. Muito popular nos estados nordestinos, a bruaca cearense, assim como a norte-americana, é muito apreciada pela manhã. Preparada basicamente com uma receita simples que leva água, farinha e açúcar ou sal, ela pode ganhar a adição de ovos, bananas, leite, canela etc. Em outros lugares da região, a bruaca recebe nomes como bolo de caco nordestino, orelha “ureia” de padre, bolinho de corno, chapéu de couro ou chapéu de padre.
Mas saiba que muitos países do mundo tem uma panqueca para chamar de sua, cada uma com um modo de preparo e ingredientes diferentes. A França, por exemplo, tem os crepes, que nada mais são do que panquecas finas e largas, assada em ambos os lados, com recheios doces (chocolate ou fruta) ou salgados (queijos ou legumes). Na Inglaterra, nação-mãe dos Estados Unidos, as panquecas são tradicionalmente cobertas com suco de limão e açúcar, também podem ser recheadas de maneiras diferentes.
O que não faltam são diversas versões de panquecas espalhadas por aí, degustadas nas mais variadas refeições e com nomes diferentes. É praticamente uma volta ao mundo: Áustria (kaiserschimarrn), Finlândia (pannukakku), Grécia (tiganites), Hungria (palacsinta), Holanda (pannenkoeken), Rússia (olady), Leste Europeu (blini ou blintz), Colômbia (cachapas), África do Sul (pannekoeke), Somália (anjero), México (hotcakes), Japão (okonomiyaki) e muito mais.
Ingredientes
• 1 ½ xícara (chá) de farinha de trigo;
• 2 ½ colheres (sopa) de açúcar;
• 1 pitada de sal;
• 1 pitada de canela em pó;
• 2 ovos;
• 1 xícara (chá) de leite (ou leitelho);
• 2 ½ colheres (sopa) de óleo (ou manteiga derretida);
• 2 colheres (chá) de fermento em pó;
• 1 pitada de bicarbonato de sódio;
• óleo ou manteiga para untar a frigideira
Modo de preparo
Numa tigela grande, misture a farinha, o açúcar, a canela em pó e o sal. Numa tigela pequena, quebre um ovo de cada vez e junte à mistura de secos. Acrescente o leite, o óleo e misture bem com o batedor de arame até ficar liso. Deixe a massa descansar por 10 minutos. Adicione o fermento em pó, o bicarbonato e misture bem. Leve uma frigideira antiaderente ao fogo médio. Quando aquecer, com um pedaço de papel toalha, unte o fundo da frigideira com óleo – repita essa operação a cada leva. Coloque duas conchas da massa no centro da frigideira, abaixe o fogo e deixe por 2 minutos até a lateral da panqueca começar a firmar e formarem bolhas no centro da massa. Com uma espátula, vire a panqueca e deixe por mais 1 minuto para dourar o outro lado por igual. Transfira para um prato e repita com o restante da massa, untando a frigideira a cada panqueca. Sirva as panquecas ainda mornas com pera cozida no micro-ondas, manteiga, geleias, frutas, mel ou maple.
