Millan estreia exposição “Surge et veni” com obras de jovens pintores

 Millan estreia exposição “Surge et veni” com obras de jovens pintores

Obra de Thiago Hattnher disponível na exposição Surge et veni, da Galeria Millan, em São Paulo. (Foto: Divulgação)

Exposição coletiva “Surge et veni” reúne cinco jovens pintores (Beatrice Arraes, Bruno Neves, Lucas F. Rubly, Rayana Rayo e Thiago Hattnher)

No dia 20 de janeiro, a Millan, Galeria de Arte localizada em São Paulo, iniciou sua programação de 2024 com a exposição coletiva “Surge et veni“. Com curadoria de Antonio Gonçalves Filho, a mostra reúne cinco jovens pintores – Beatrice Arraes, Bruno Neves, Lucas F. Rubly, Rayana Rayo e Thiago Hattnher.

Aberta ao público até 24 de fevereiro, a exposição pode ser visitada de segunda a sexta das 10 às 19 horas, e de sábado das 11 às 15 horas. Como a sede da Millan, no número 1360 da Fradique Coutinho, Pinheiros, está em reforma, a galeria está atendendo no número 1430 da mesma rua.

Sobre “Surge et veni”

Segundo informações da galeria, a “coletiva reúne jovens pintores que têm ganhado destaque no circuito artístico e apresenta diferentes desdobramentos da pintura contemporânea. […] O conjunto demonstra as diferentes soluções e pesquisas no campo pictórico atual”.

Ora por meio da abstração, ora pela construção de paisagens ou ainda pela captura de fragmentos prosaicos e mementos, essas pinturas adquirem um caráter metafísico ou existencial. No entanto, se destaca a diversidade com a qual cada artista chega a tais reflexões. Cada um deles mobiliza seu próprio conjunto de referências e encontra soluções únicas na construção das suas imagens que transitam do introspectivo ao vibrante e visceral.

A fortalezense Beatrice Arraes pesquisa o design popular e incorpora signos gráficos dessa cultura em suas telas. A memória da passagem do tempo é seu eixo temático, o que justifica o apreço pela pintura de Morandi, referência compartilhada com os outros artistas da coletiva.

Bruno Neves, paulistano, dirigiu seu olhar para nomes como Judith Lauand e Mira Schendel, além de nomes históricos do movimento neoconcreto. Sua pintura, embora evocativa, sugerindo uma conexão com a paisagem circundante, é fundamentalmente ancorada na geometria.

O também paulistano Lucas F. Rubly tem como interlocutor histórico o pintor inglês de vistas portuárias Alfred Wallis (1855-1942), além de Morandi (1890-1964), evocando mesmo o clima das paisagens de Via Fondazzza pintadas pelo italiano nos anos 1950.

Rayana Rayo, recifense, produz telas abstratas que, frequentemente, aludem a experiências existenciais. Na exposição, ela mostra suas mais recentes pinturas, que operam num registro orgânico e visceral.

Finalmente, as pinturas de Thiago Hattnher são paisagens construídas com base na memória de lugares — em particular, a estrada que liga São Paulo à São José do Rio Preto, onde cresceu, rememorada em telas que registram as impressões remanescentes desse deslocamento. Por sua vez, suas telas mais recentes recriam capas de livros de artistas, como a que homenageia o músico e compositor norte-americano John Cage (1912-1992).

Posts Relacionados