Ilhabela, a bela ilha de São Paulo
Famosa por suas praias belíssimas e clima aconchegante, Ilhabela é um dos destinos mais queridos do litoral paulista
Sua beleza natural de tirar o fôlego, suas mais de 30 praias, seus arredores compostos pela Mata Atlântica, sua ‘Vila’ charmosa e convidativa: Ilhabela sabe como chamar a atenção dos turistas. Embora só tenha cerca de 350 km² de área, a fantástica ilha no litoral paulista, conhecida também como Ilha de São Sebastião, esconde trilhas na floresta, praias desertas, piscinas naturais, cachoeiras, infinidade de espécies de animais e plantas, além de um centro histórico formoso e badalado.
Um dos únicos municípios–arquipélagos marinhos de todo o Brasil e parte da microrregião de São Sebastião, Ilhabela é, sem dúvidas, um paraíso fascinante presente no litoral norte de São Paulo, que precisa ser visitado, seja qual for a época do ano. A 90 km de Ubatuba, 200 km da capital paulista, 170 km de Paraty e 450 km do Rio de Janeiro, o local está a poucos minutos de São Sebastião e é acessado através de uma balsa, e a travessia pode ser realizada por pedestre e por quem está de carro.
Já dentro da balsa, é possível perceber a grandiosidade da pequena ilha, rodeada por grandes montanhas e composta por um intenso verde. Ao chegar ao município-arquipélago, as porções de areia são combinadas ao mar azul, e a multiplicidade de cores encanta turistas do Brasil e do mundo. Inclusive, a orla tem 130 km e é toda rodeada por Mata Atlântica, sendo que 85% de sua área é preservada pelo Parque Estadual de Ilhabela.
Ilha pré-colonial
A história de Ilhabela começa muito antes da chegada dos europeus ao Brasil. Segundo as pesquisas arqueológicas, realizadas pelo Projeto Arqueológico de Ilhabela, 14 sítios arqueológicos pré-coloniais foram identificados, ou seja, os locais foram ocupados por seres humanos muito antes de 1500.
Acredita-se que essa ocupação existia desde o ano 500 antes de Cristo por “homens pescadores coletores do litoral”, indígenas assim denominados por não dominarem agricultura e/ou produção cerâmica, com vivências diretamente ligadas aos animais marinhos. Com o passar dos séculos, essa área do litoral norte sempre chamou a atenção de figuras históricas, incluindo Américo Vespúcio, além de corsários e piratas europeus e argentinos.
Em vista disso, ao longo dos séculos e com a chegada de imigrantes de todo o mundo, a população na Ilha de São Sebastião passou a crescer expressivamente, e, no final do século XVIII, com o ciclo do açúcar em crise, o lugar já tinha habitantes espalhados por todo o seu território, número estimado de três mil moradores. Na época, os líderes pleiteavam a emancipação do território abrangido pela ilha, e, em 3 de setembro de 1805, o capitão-general da Capitania de São Paulo, Antônio José da Franca e Horta, elevou o local à condição de ilha, intitulando-o de Vila Bela da Princesa.
Ao longo do tempo, a cafeicultura e, posteriormente, a produção de cachaça dominaram o território da ilha. Mas, devido à crise econômica em meados do século XX, passou a ser um distrito de São Sebastião, o que causou enorme revolta entre os habitantes, com o governo estadual elevando a Vila Bela da Princesa novamente à condição de município apenas sete meses depois. O nome “Ilhabela” só veio após um movimento popular e passou a vigorar em 1º de janeiro de 1945.
As particularidades de Ilhabela
Chamada, também, de “Capital Nacional da Vela” por conta dos fortes ventos que ocorrem no canal formado entre a ilha e o continente – que facilita a navegação por barcos à vela -, Ilhabela é o local ideal para relaxar, aproveitar os dias de folga e curtir os cenários naturais deslumbrantes, espalhados por toda a extensão do município-arquipélago marinho.
A ilha principal apresenta uma infraestrutura urbanizada em que estão localizadas as praias urbanas do sul, centro e norte. Contudo, isso é apenas uma parte da gloriosa Ilhabela. O restante, correspondente a cerca de 80% do arquipélago, integra o Parque Estadual de Ilhabela, uma região protegida e mais isolada. Nela, estão a Praia de Castelhanos, a Praia do Bonete, a Cachoeira do Gato, entre outras atrações, que exigem mais esforço para serem acessadas, mas um jipe 4×4 ou um barco podem resolver o problema.
Os principais pontos turísticos, no entanto, estão localizados na região principal por conta das infraestruturas mais urbanizadas, igualmente dispostas nas praias divididas em sul, centro e norte. Para aqueles que preferem movimentação e fácil acesso, esses lugares são os mais aconselháveis.
Praias do sul
Uma das principais preferências dos turistas, as praias do sul são ótimas opções porque aliam o acesso ao mar tranquilo a pousadas clássicas nas suas redondezas e infraestrutura. Por lá, destaca-se a Praia da Ilha das Cabras, a mais agitada desse ‘lado’ da ilha e com um mar convidativo para mergulhar e para a prática de snorkel. Completando esse circuito, estão a Praia do Oscar e a Praia do Portinho, que, infelizmente, não são as melhores opções para os turistas.
Na mesma área, a Praia do Julião, que apresenta bons restaurantes nas redondezas, e a Praia da Feiticeira, sem quiosques e bastante calma – para quem prefere praias sem infraestrutura -, são opções interessantes. Também no sul, e com agitação de dia e de noite, a Praia Grande é uma das favoritas por sua orla com ótima estrutura, incluindo quadras de esportes, bares, quiosques, entre outros.
Praias do norte
Lado menos frequentado, o norte pode ser a escolha ideal para os turistas que buscam viagens de descanso e com mar tranquilo. Mesmo com as praias como Armação e Pedra do Sino atraindo um público maior, o local é bem ‘vazio’ se comparado ao restante da ilha. Opção incrível próxima à Vila (centro de Ilhabela) e primeira praia do norte, a Praia de Santa Tereza apresenta um lindo cenário, com muito verde e canoas caiçaras, além da tranquilidade costumeira dessa área do município.
Vale lembrar que as praias do norte terminam na estrada de terra responsável por chegar à Praia do Jabaquara, uma das mais bonitas, paradisíacas e preservadas, sendo considerada um dos retiros mais selvagens de Ilhabela.
Praias do centro
O charmoso centro abriga a região com maior infraestrutura do município–arquipélago, incluindo uma orla estruturada e ciclovias para passeios. Ao longo dessa área de 4 km de estrada, que vai da Praia do Perequê à Praia da Vila (última do centro), há opções de restaurantes, bares, quiosques, quadras de esporte e muito mais.
Destaque da região, a Praia do Perequê é uma das mais extensas, além de ser uma das mais frequentadas por sua localização com fácil acesso pela avenida. Por isso, conta com bares, restaurantes e muita badalação. É, ainda, considerada o melhor lugar da ilha para comprar peixes e frutos do mar frescos.
Trilhas em meio à bela ilha
Os fãs de aventuras também podem se divertir (e muito) pelas áreas de Ilhabela, visto que a cidade apresenta múltiplas opções de trilhas em meio à Mata Atlântica, em que o turista pode desfrutar das belezas mais fantásticas da natureza, com muitos rios e cachoeiras. Em alguns casos, as caminhadas terminam em praias paradisíacas e com um cenário de tirar o fôlego.
A maioria das trilhas está localizada no Parque Estadual de Ilhabela, que tem uma área de 27 mil hectares e é composta por 12 ilhas, com a principal sendo a Ilha de São Sebastião – onde fica o município (Ilhabela) –, além de 3 ilhotes, 3 lajes e 1 parcel. Com ecossistemas como a Restinga, os Manguezais e a Mata Atlântica, o Parque é abrigo de uma rica fauna com centenas de espécies de mamíferos, répteis e aves.
Além das praias e trilhas: um passeio pela “Vila”
É fato que as praias, as belezas naturais e as trilhas são um destaque de Ilhabela. Mas a cidadezinha também permite que o turista se divirta em outros diversos tipos de passeios e atrações, seja durante o dia ou à noite. Por ser um local que recebe pessoas do mundo inteiro ao longo de todo o ano, o município-arquipélago oferece bons restaurantes, bares divertidos e uma farta agenda cultural.
Conhecido como “Vila”, o charmoso centro de Ilhabela apresenta um cenário repleto de prédios históricos preservados. Nele, é possível ir às compras com uma gama de opções de lojas de artesanato, moda praia, lojinhas de souvenirs e muito mais. Claro que, somado a tudo isso, o turista encontra restaurantes, sorveterias e bares. Um passeio pelos calçadões e decks não pode faltar no roteiro e é uma opção maravilhosa para compartilhar vivências com familiares, amigos, grupos de viagens, etc. Por conta do movimento, é possível realizar esse programa de dia e de noite.
Aos fãs de ‘rolês’ históricos, a Vila também pode agradar (e muito). O Centro Cultural da Vila, por exemplo, apresenta diversas exposições da cultura caiçara, peças de acervo do Museu Náutico de Ilhabela e muito mais. Há, ainda, a opção de conhecer a tradicional Igreja Matriz Nossa Senhora D’Ajuda e Bonsucesso, construção histórica que está perfeitamente conservada.
E quando ir a Ilhabela?
Ilhabela sempre tem um clima agradável, embora no inverno as temperaturas tenham uma certa queda. O ideal é escolher qual é o objetivo da viagem. Assim, se você busca por sossego, os melhores meses para visitar a cidade são abril e maio, com ótimos dias de sol, preços mais baixos e bem menos turistas.
Agora, se o foco é aproveitar dias e noites mais badalados, o período que vai do Natal ao Carnaval, e o mês de julho, que são impactados pelas férias escolares, são épocas em que você encontra a ilha bastante cheia, com turistas do Brasil e do mundo. Lembrando que, em geral, as praias mais afastadas do centro estão sempre mais ‘tranquilas’.
Acesso à ilha
Para chegar a Ilhabela, a principal rota é a balsa que sai de São Sebastião, sendo o único meio de transporte público entre o continente e a ilha. É uma travessia curta, de apenas 20 minutos, e as saídas acontecem a cada 30 minutos, das 5h30 às 23h30. Após esse horário, a balsa sai a cada uma hora, mas os horários podem sofrer alterações devido às demandas ou às condições meteorológicas.
Como não há aeroportos próximos, nem mesmo em São Sebastião, o caminho até a balsa é obrigatoriamente por via terrestre. Para quem viaja de longe ou de outro estado, os aeroportos indicados são: o Aeroporto de São José dos Campos (SJK), a 113 km; os aeroportos de São Paulo, Aeroporto de Guarulhos (GRU), a 187 km, e o Aeroporto de Congonhas (CGH), a 220 km; e o Aeroporto de Viracopos (VCP), em Campinas, a 285 km.