Espumantes para o verão
Nos dias quentes do verão, o espumante é uma ótima opção para as ocasiões especiais e para harmonizar com as diferentes refeições
Versáteis, leves e refrescantes, os vinhos espumantes são opções deliciosas para harmonizar com as refeições, para se refrescar nos dias quentes e para acompanharem perfeitamente as mais variadas ocasiões especiais. Por seu frescor inconfundível e versatilidade magnífica, a bebida combina (e muito) com o verão, e não dá para passar pela estação sem provar alguns bons rótulos.
E o que são os espumantes?
O espumante é um vinho branco (também pode ser rosé ou tinto) que passa por duas fermentações. Sílvia Mascella Rosa, sommeliére da Vinícola Góes (São Roque – SP), explica que esse tipo de bebida pode ser feita em vários estilos, “desde que esteja no rótulo: ‘espumante natural’”.
Segundo a profissional, isso significa que as borbulhas que estão na garrafa vieram da segunda fermentação do vinho e são naturais – e não adicionadas por carbonatação, como é no caso dos refrigerantes. É esse processo natural que dá origem a um produto mais elegante e delicado.
Maiquel Vignatti, gerente de marketing e enoturismo da Cooperativa Vinícola Garibaldi (Garibaldi – RS), complementa: “[Portanto] é um vinho que passa por um segundo processo de fermentação, momento em que ocorre esse aprisionamento do gás carbônico, [que resulta nas] famosas bolinhas. É isso que o difere dos chamados vinhos tranquilos”.
“Assim que as uvas chegam à cantina, elas são prensadas para extrair o mosto (sumo), que segue para ser fermentado, originando o vinho-base para os espumantes. Nessa primeira etapa, não ocorre o aprisionamento do gás carbônico. Isso só vai acontecer na segunda fermentação”, explica Maiquel.
“Por serem bebidas mais leves e refrescantes, elas se adaptam a diferentes paladares. A regra para escolher é optar por aquele que mais agrada o seu gosto.”
Quais são os tipos de produção dos espumantes?
Existem dois métodos de produção de espumantes naturais que são mais comuns: o Tradicional, em que a segunda fermentação ocorre dentro da garrafa; e o Charmat, em que a segunda fermentação ocorre em tanques de aço inoxidável. Muito querido pelos brasileiros, o espumante de uva Moscatel tem um processo diferente, e as bebidas são fruto de um método chamado Asti.
Os moscatéis são espumantes doces naturais, com um dulçor originado da própria uva, o qual permaneceu no produto devido à fermentação interrompida quando ainda havia açúcar das uvas no mosto (suco da uva). Por conta dessa interrupção, esses rótulos costumam ter um teor alcoólico mais baixo.
Para não restar dúvidas na hora de escolher a bebida ideal, a sommeliére dá a dica: “Quando se lê no rótulo a palavra ‘Brut’, significa que sobrou muito pouco açúcar das uvas no final da fermentação, fazendo dele um espumante mais seco. Se estiver escrito ‘Demi-sec’, significa que há um pouco mais de açúcar no produto final, mas ainda assim não é um produto doce”.
Maiquel também aconselha: “Por serem bebidas mais leves e refrescantes, elas se adaptam a diferentes paladares. A regra para escolher é optar por aquele que mais agrada o seu gosto. Se sou daquele que bebe café sem açúcar, talvez o Brut seja a melhor escolha, assim como os vinhos secos. Se meu paladar é mais delicado, vou em um espumante moscatel ou um vinho Demi-sec/suave. Mas a dica é simples: quem define o estilo da bebida é o momento/ocasião de consumo”.
E quais uvas compõem os espumantes?
Vale lembrar, ainda, que, no Brasil, os espumantes são feitos com diversos tipos de uvas, sejam brancas ou tintas. Contudo, o mais comum é respeitar a tradição francesa e utilizar as uvas Chardonnay (branca) e Pinot Noir (tinta), pontua a sommeliére da Vinícola Góes.
“Por aqui, também é frequente utilizar a Riesling, a Prosecco e a Trebbiano, além da Moscatel. Essas últimas uvas não são permitidas na região de Champagne (norte da França), onde se produz vinhos com borbulhas há mais de 300 anos. Aliás, para chamar ‘Champagne’, tem que ser produzido nessa região de mesmo nome e sob rígidas regras”, alerta Sílvia Mascella Rosa.
E sobre as preferências no Brasil, Maiquel Vignatti revela: “O brasileiro se divide entre o Moscatel e o Brut, mas uma boa parcela também aprecia os rosés. Ao menos é o que indica o consumo dos nossos clientes. O perfil mais jovial e o frescor desses produtos são pontos a serem considerados na preferência do público, pois são bebidas que agradam a uma grande parcela de pessoas e que são descomplicados na hora do consumo”.
Harmonizando espumantes
Maiquel e Silvia já adiantaram anteriormente que os espumantes são versáteis, por isso, são ótimos na hora de combinar com pratos e diferentes cardápios. “O espumante pode surpreender os mais céticos, sendo um grande coringa na harmonização”, afirma o gerente de marketing e enoturismo da Cooperativa Vinícola Garibaldi.
Segundo Maiquel, o Brut é o mais indicado, visto que ele harmoniza com pratos com um pouco de sal ou com pimenta em moderação, com frituras, sushi, sashimi, ceviche, peixes e frutos do mar e até pratos gordurosos e com manteiga. Esse espumante elimina os excessos ao limpar as papilas gustativas.
“Além da facilidade na harmonização, os espumantes são bebidas ótimas para serem degustadas sozinhas ou para serem utilizadas na composição de alguns drinks. Seus diferentes tipos, a partir da questão do açúcar residual, são um atrativo para o consumidor, que pode optar por bebidas doces ou quase desprovidas de açúcar”, afirma.
Indicações para provar
Silvia conta que a “Vinícola Góes produz vários estilos de espumantes e frisantes, que atendem aos mais diversos paladares e combinam com variadas gastronomias”. Sobre as opções da vinícola, comenta: “Hoje temos até a opção de espumantes em lata, como da linha SAUV, para aquele momento em que você vai comer uma salada caprichada (tipo uma salada ceasar) e merece umas borbulhas para acompanhar. A combinação é perfeita, pois a salada tem proteína (frango e queijo), crocância (alface americana ou romana) e a cremosidade do molho. Tudo isso harmoniza muito bem com o frescor do espumante”.
Outra indicação da sommélier da Vinicóla Góes é o Moscatel St Tropez branco com uma bruschetta de queijo gorgonzola. A profissional também lembra que o rótulo tem uma ótima “parceria com bolos e doces”.
Ainda, “uma última dica: para gelar seus espumantes ou frisantes, coloque a garrafa num balde com partes iguais de água e gelo. Nada mais. Em menos de 40 minutos, eles vão estar perfeitos. Nada de álcool ou gelo seco no balde e nem de colocar no freezer. Depois é só abrir e harmonizar com a vida!”, conclui Sílvia Mascella Rosa.
Sílvia Mascella Rosa ressalta que a Vinícola Góes tem ótimas opções de espumantes e frisantes. Além disso, a sommeliére destaca alguns rótulos:
Moscatel St Tropez;
St Tropez Brut Rosé, “produto versátil, fresco e com corpo médio, capaz de encarar esses pratos mais complexos e também fazer bonito acompanhando uma tábua de frios”;
Brut branco St Tropez, espumante para celebração, com aromas cativantes, muito frescor e bom corpo;
Donattella Prosecco, “ideal para aperitivos” e um frisante ligeiramente menos gaseificado e com teor alcoólico um pouco mais baixo.
Rótulos da Cooperativa Vinícola Garibaldi
Maiquel Vignatti comenta que existem diversos rótulos da Garibaldi que combinam com essa época do ano. O gerente de marketing e enoturismo destaca:
Granja União Riesling, “com seu toque mineral”;
Garibaldi Chardonnay, “com sua acidez refrescante” e que harmoniza muito bem com Camarão ao Molho Granja União Merlot Rosé, um rosé que “exibe delicadeza e frescor”;
O Garibaldi Moscatel, um espumante “irresistível para um fim de tarde, com sua harmonia entre açúcares e acidez”;
Garibaldi Prosecco, “para os adeptos de espumantes secos”, visto que o rótulo traz “cremosidade, delicadeza e acidez refrescante”.