Anos 2000 no replay: bandas e artistas retomam atividades

As músicas que eram sucesso nos anos 2000 estão com tudo, e diversos artistas e bandas retomaram as atividades, como NX Zero, RBD, Jonas Brothers e mais

Se você era do time da calça skinny preta e da blusa xadrez nos anos 2000, pode ressuscitar o look, porque bandas icônicas como o NX Zero e o My Chemical Romance estão de volta. Agora, se você preferia as românticas dos Rebeldes, fique tranquilo: eles também voltaram! E até mesmo grupos clássicos como Jonas Brothers, Restart, Cine e KLB, por exemplo, retomaram as atividades – mesmo que apenas para uma turnê ou show de despedida.

Os anos 2000 estão em alta na música. Desde a pandemia de Covid-19, notou-se um resgate gigantesco às canções desse período, principalmente graças à crescente do TikTok e dos hits das décadas passadas que viralizaram na rede social. Houve, em meio ao isolamento social, uma certa nostalgia em relação às manifestações artísticas que trazem conforto. Por isso, muitas pessoas revisitaram o que ouviam na adolescência e em outros momentos da vida em que se sentiam mais leves e felizes. Com isso, bandas e artistas ganharam os holofotes novamente.

“Acho que a nostalgia vem por conta da pandemia, em que as pessoas começaram a se apegar àqueles momentos e fases da vida que elas foram mais felizes. E, se as pessoas foram mais felizes na época que o NX Zero surgiu e que eram mais novas e não tinham tantos compromissos, que bom, né?”, reflete Conrado “Caco” Grandino, baixista do NX Zero.

O músico acrescenta: “Hoje em dia, as pessoas dão mais valor em estar próximas umas das outras e não somente nas suas casas, como ficamos em praticamente dois anos. Acredito que esse sentimento de nostalgia não seja só na música. É na cultura no geral. As pessoas realmente dão mais valor de estarem próximas umas das outras por conta de tanto tempo afastadas”.

Guilherme Wolf, diretor da Agência TAJ, à frente do Festival Replay, que tem como objetivo resgatar os sucessos dos anos 2000, acrescenta: “A pandemia em si foi um grande catalisador do sentimento de nostalgia, sobretudo pela diminuição da produção nos segmentos da música, cinema e entretenimento geral, que acarretou na busca por conteúdos de épocas passadas”.

A volta do emo

Diante da nostalgia, o emo ganhou uma nova fase e nomes que carregam inspiração na estética, como My Chemical Romance, que retomou as atividades em 2022, e o NX Zero, que anunciou a turnê “Cedo ou Tarde” para 2023 e lançaram, em julho, a canção inédita “Você Vai Lembrar de Mim”.

“Todo estilo musical tem seus ciclos. E com certeza o rock já teve vários e vários ciclos. O emo, que também é uma vertente do rock, teve o seu auge principalmente ali na década dos anos 2000, quando a gente surgiu em 2006. Em 2012, também surgiram várias bandas. Mas é uma tendência que tem voltado muito. A gente fica superfeliz, porque é uma das influências do NX”, fala Caco Grandino.

Segundo conta o músico, “[‘A volta do “emo’] é uma coisa que deixa a gente feliz, porque a nossa vontade é que surjam novamente outras bandas, e que a cena fique cada vez mais movimentada com pessoas indo cada vez mais em shows, e bandas lançando cada vez mais trabalhos para que a cena prevaleça sempre. A gente sempre fala que uma andorinha só não faz verão”.

Voltar aos palcos não é apenas uma emoção para os fãs, mas também para os integrantes da banda. “Sempre falamos que o NX é o motor e os fãs são a gasolina, e a gente está a toda hora muito abastecido desse amor e desse carinho que a galera toda traz para nós”, diz.

Anos 2000: de tudo um pouco

Mas não é só o emo que está com tudo. Diferentes estilos musicais que foram sucesso nos anos 2000 despontaram e voltaram à cena musical: do funk ao pop e ao rock. Não à toa, bandas como Restart e Cine, conhecidas pelos looks coloridos e canções “chiclete”, anunciaram uma última turnê enquanto banda para 2023. Os Jonas Brothers, o KLB, o RBD (Rebeldes “Mexicano”) também estão de volta. Todos estão em turnê, e o RBD vem ao Brasil em novembro.

Foi pensando nesse misto “de tudo um pouco” que o Festival Replay resgatou alguns clássicos dos anos 2000 para o line-up da sua primeira edição, que acontece no Rio de Janeiro, em outubro, e em São Paulo, em novembro. Guilherme Wolf conta sobre a ideia de um evento que tenha esse resgate como foco.

“A nostalgia como projeto surgiu de forma empírica, fundamentalmente na bolha de millenials que compõem o ciclo social dos integrantes dos grupos envolvidos no festival. Essa bolha foi ganhando dimensão e consistência à medida que observamos cases como a tour do Sandy & Junior, o lançamento do show do RBD, o revival do NX Zero, o show do Green Day no Rock In Rio, o alvoroço do anúncio do Blink no Lolla e o sucesso do nosso benchmark americano, o festival ‘When We We’re Young’”, afirma.

Ele completa: “O resgate dos artistas e a composição do line-up foram as conclusões naturais de todo esse desenvolvimento – trazer interlocutores emblemáticos que marcaram a geração que estava sedenta para consumir a nostalgia. Nosso intuito foi envelopar a história em um projeto que trouxesse uma experiência eclética e completa. Procuramos por nomes em todos os gêneros. […] Um dos highlights foi a costura para trazer os membros do Cine para um último show”.

• NX Zero

NX Zero é Di Ferrero, Caco Grandino, Daniel Weksler, Fi Ricardo e Gee Rocha. O grupo programou o show final da turnê de retorno “Cedo ou Tarde” para o dia 16 de dezembro, no Allianz Parque, em São Paulo. Mais informações sobre a turnê estão disponíveis em: nxzerooficial.com.br

Sobre o futuro, Caco Grandino fala: “O plano para o futuro é deixar as coisas acontecerem naturalmente como elas sempre aconteceram com o NX. Por enquanto, a gente não tem planos. A gente só quer curtir ao máximo e dar o nosso melhor nessa turnê. E deixar o amanhã para amanhã”.

• Festival Replay

O Festival Replay acontece no dia 28 de outubro, no Riocentro, no Rio de Janeiro, e em 4 de novembro, no Centro Esportivo Tietê, em São Paulo. No line-up do festival, estão: Sean Kingston, Cine, Wanessa Camargo, CPM22, É o Tchan, Detonautas, KLB, Valesca Popozuda, Furacão 2000, Supla, Marcelo Falcão, Raimundos, entre outros. Mais informações pelo Instagram: @festivalreplay

“Para o público e para a geração de millennials, essa pode ser uma ocasião inédita em suas vidas que, outrora, fora apenas vivida através de uma televisão, rádio ou discman. Na época em que esses artistas estavam no auge de suas carreiras, grande parte dos fãs não tinha condições, até pela pouca idade, de frequentar um show ao vivo. Do outro lado, a maioria dos grupos presentes estava se apresentando para audiências menores e mais nichadas, e terão a oportunidade de participar e contar conosco a história dessa geração em um grande festival”, explica Guilherme Wolf.