Os parques de Belo Horizonte, a “Cidade Jardim”
Belo Horizonte conta com 10,7 milhões de m² de áreas verdes espalhadas pelas regiões da cidade
A capital mineira Belo Horizonte conserva parques e áreas verdes para lazer que são verdadeiros redutos ambientais em meio à paisagem urbana
Planejada como uma cidade do futuro pelo engenheiro e urbanista Aarão Reis, ainda no fim do século XIX, a construção da capital mineira Belo Horizonte foi inspirada em grandes metrópoles do mundo, principalmente na francesa Paris, com avenidas amplas e ruas espaçosas. E como não poderia deixar de ser, os parques e áreas verdes a céu aberto também foram contemplados neste planejamento, resultando no apelido de “Cidade Jardim” e em um dos cenários urbanos mais encantadores do Brasil.
10,7 milhões de m² de áreas verdes em Belo Horizonte
A capital de Minas Gerais conta atualmente com 10,7 milhões de m² de áreas verdes espalhadas pelas regiões da cidade. São 76 parques, jardim botânico, zoológico e centros de vivência agroecológica, que abrigam exemplares de Cerrado, Mata Atlântica e campos de altitude. É possível observar nessas áreas verdes belo-horizontinas cerca de 200 variedades de animais, mais de mil espécies vegetais – como ipê, quaresmeira e pau-brasil – e nascentes (olhos d’água e lagoas) que abastecem os córregos da Bacia do Rio São Francisco.
Além de verdadeiros redutos ambientais urbanos, ideais para regular a temperatura, purificar o ar, absorver as águas das chuvas e abrigar a fauna e a flora, os parques de Belo Horizonte recebem milhares de pessoas diariamente – e muitas outras mais aos finais de semana e feriados. Nesses espaços, belo-horizontinos e turistas podem desfrutar momentos de lazer junto à natureza, aproveitando o sossego que esses paraísos oferecem em meio ao caos da cidade grande.
Pampulha, o orgulho de Belo Horizonte
A região da Pampulha é uma das mais conhecidas de Belo Horizonte e com áreas a céu aberto que são oásis em meio ao dia a dia da capital mineira. Um dos mais conhecidos cartões-postais de BH, a Lagoa da Pampulha é uma ótima opção para andar de bicicleta, praticar caminhada ou tranquilamente apreciar a natureza da cidade. Da margem de algum ponto da orla de 18 quilômetros, é possível observar garças, capivaras e, com um pouco de sorte, ver uma família de jacarés que “mora” na lagoa, mas que prefere não se aproximar muitos dos visitantes.
Conjunto Arquitetônico da Pampulha
Na paisagem que compõe a lagoa, está o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, projeto assinado na década de 1940 pelo arquiteto Oscar Niemeyer e que, originalmente, englobava a Igreja de São Francisco, o Iate Clube, a Casa do Baile, o Cassino (transformado no Museu de Arte) e um hotel, que nunca chegou a ser finalizado.
Parque Ecológico da Pampulha
Esse cenário ganhou um reforço verde, quando foi inaugurado, em 2004, o Parque Ecológico Francisco Lins do Rêgo, conhecido como Parque Ecológico da Pampulha. Com uma imensa região com cerca de 30 hectares de áreas verdes, o parque foi planejado como um importante espaço dedicado ao lazer da população e à proteção ambiental.
Concebido segundo o projeto arquitetônico e paisagístico original da orla da Pampulha previsto por Niemeyer, o parque está dividido em cinco áreas e é usado para apresentações culturais, piqueniques, caminhadas em meio à natureza, slackline e muitas outras atividades.
Contemplação nos parques de Belo Horizonte
No coração de Belo Horizonte, em uma área de 182 mil m² ao lado da avenida Afonso Pena, está o Parque Municipal Américo Renné Giannetti. Patrimônio ambiental mais antigo da cidade, ele foi inaugurado em 1897, antes mesmo da “nova capital”. Por estar localizado na região central, o parque municipal é utilizado como um ponto de equilíbrio com o cinza urbano que está ao redor. Além de ser um lugar icônico e de importante tradição histórica para a cidade, os visitantes encontram nesse espaço de lazer árvores centenárias, distribuídas pelas alamedas, as “ruas” do parque.
Serra do Curral, símbolo da capital mineira
As áreas verdes de Belo Horizonte localizadas na parte sul da cidade têm o privilégio de oferecer como cenário a Serra do Curral, símbolo da capital e patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Com 2,4 milhões de m² em meio à Mata Atlântica e um projeto paisagístico assinado por Roberto Burle Marx, o Parque das Mangabeiras Maurício Campos é um dos mais belos de BH. Conhecido pelas suas trilhas ecológicas desafiadoras, repletas de animais nativos, como micos e pequenos esquilos, o parque recebe milhares de pessoas que aproveitam para confraternizar nos quiosques, pistas de skate e quadras de esporte.
Parque da Serra do Curral
De mesmo nome da formação geográfica e vizinho ao Mangabeiras, o Parque da Serra do Curral coloca o visitante em contato direto com a natureza. Com 400 mil m², oferece trilhas, praças de convivência e dez mirantes que exibem uma vista privilegiada de Belo Horizonte, e de onde há a possibilidade de identificar inúmeros cartões-postais da cidade. O acesso é livre para os visitantes até o terceiro mirante, sendo que para seguir adiante é necessário estar acompanhado por um guia autorizado e ter em mãos uma autorização prévia da administração do parque.
Outras áreas verdes de BH
- Parque Jacques Cousteau: com 335 mil m² e mais de 70 espécies arbustivas e ornamentais, foi um dos maiores lixões da cidade, até ser transformado em reserva biológica na década de 1970;
- Parque Linear Belvedere: localizado entre BH e a vizinha Nova Lima, em uma área com total de 50 hectares, tem como marca registrada uma linha férrea abandonada. Sua implantação oficial é um antigo sonho de moradores e amantes da natureza;
- Parque Jornalista Eduardo Couri: conhecido pela população como Barragem Santa Lúcia, por causa de uma lagoa de captação de água, foi implantado em 1996 e possui uma área de 86 mil m²;
- Jardim Botânico: erguido no mesmo espaço do Jardim Zoológico, na região da Pampulha, tem como destaque a criação de programas educativos, de pesquisas e de conservação de espécies da flora.
