“Feitiço para coisas perdidas” mescla romance e fantasia para criar história envolvente [RESENHA]
“Feitiço para coisas perdidas” combina clichês românticos e histórias fantásticas, conta com uma leitura dinâmica e traz elementos narrativos certeiros
Primeiro livro de Jenna Evans Welch fora do universo da coleção Amor & livros, “Feitiço para coisas perdidas” chegou ao Brasil pela Intrínseca no primeiro semestre deste ano e surpreendeu os leitores por suas singularidades e narrativa dinâmica.
Vale lembrar que “Feitiço para coisas perdidas” foi uma das indicações da revista de bordo da Levare na seção de “Literatura”. A obra literária traz clichês costumeiros de romances infanto-juvenis, mas aposta em “pitadas” de fantasia para dar mais originalidade à narrativa.
História do livro
Nesta obra, o leitor conhece e se aprofunda nas histórias de Willow e Mason. Ambos os personagens têm dificuldades em se sentir pertencentes a algum lugar. Mas quando os dois chegam em Salem – cada um com seus motivos -, seus caminhos vão se cruzar e eles vão perceber que a sensação de pertencer a um lar está mais próxima do que parece.
Desde a separação dos pais, Willow não tem o melhor relacionamento com sua mãe, que é muito ausente e está sempre trabalhando. A jovem está indo para o último ano do colégio e tem o sonho de viver viajando pelo mundo. No entanto, seus planos acabam sendo postergados graças a uma herança inesperada, que precisa ser resolvida em Salem.
Mason é um garoto solitário que vive em busca da mãe que, por conta de problemas com droga, acabou perdendo a guarda do filho. Após diversos lares temporários que não deram certo, o jovem é adotado por Emma, a melhor amiga de infância da mãe de Mason, que mora na cidade das bruxas.
Pouco depois que os personagens se conhecem, os dois se unem para resolver o passado mágico da família de Willow. E, em meio a essa aventura, a conexão entre os dois se torna cada vez mais forte, o que também vai resultar em um envolvimento amoroso.
Mescla de fantasia e romance
Neste livro, Welch utiliza elementos fantásticos (presença de bruxas, de feitiços, etc.) e românticos. E embora o romance esteja sempre presente, ele é mais indireto devido às diversas situações que os personagens enfrentam.
Um ponto muito positivo do livro é que cada capítulo é narrado da perspectiva de um dos personagens. Com isso, os leitores conseguem enxergar as camadas que compõem a personalidade de Willow e de Mason, e se aprofundarem nas pessoalidades e na subjetividade de cada um.
Nessa história, o “mocinho” não é só um complemento para o romance ou para as aventuras de Willow, mas um protagonista com uma história completa e bastante sensível. Ao longo dos capítulos, é possível conhecer Mason a fundo e entender suas inseguranças, seus medos e seus desejos.
O mundo de “Feitiço para coisas perdidas”
Welch também acerta muito na ambientação e nos detalhes que complementam as vivências dos personagens. A descrição dos ambientes, das situações e das figuras que aparecem é o grande ponto alto do livro. Esse recurso permite com que o leitor se sinta parte da história e consiga imaginar os pormenores das aventuras de Willow e Mason.
Além disso, a autora também entrega uma leitura muito dinâmica. Como cada capítulo mostra a perspectiva de um dos personagens, as histórias vão se entrecruzando aos poucos. Gradualmente, por meio das “pistas” deixadas ao longo da narrativa, o leitor vai montando o quebra-cabeça de “Feitiço para coisas perdidas“.
Essas particularidades e os elementos fantásticos trazidos por Jenna Evans Welch fazem com que a obra, apesar de seus clichês costumeiros de romances infanto-juvenis, tenha originalidades e aspectos bastante singulares que encantam os leitores. Isso tudo somado à leitura dinâmica torna “Feitiço para coisas perdidas” um livro ‘mágico’.